Desculpas que não se
calam
Desculpas que não se
calam
Estou preocupado com uma pessoa, uma que muitos se matariam
por apenas poder beija-la e falar que a possui. Eu tive a sorte de realmente
te-la como amor de minha vida e ser correspondido.
Tinhamos uma história linda, cheia de momentos engraçados e sérios, alegrias e
brigas que pareciam que iria nos afastar para sempre e sempre nos desculpando
por tudo que fizemos um para o outro.
Mas como tudo na vida, um dia cometi o pior erro de nossas vidas, acabei deixando
uma de nossas brigas nos fazer cada um ir por um canto. Não vou dizer qual foi
o meu erro, mas tenha certeza que foi de tal proporção que ela não fala comigo
a dois meses.
Tudo entre nós começou de uma maneira estranha, eu estava indo para um encontro
de amigos para assistir um filme, estavamos na metade daquele ano. Os dias
estava lindo e com ventos gelados.
Estava meio atrasado para o encontro, pois fiquei ouvindo musica e isso acabou
me destraindo com o tempo, fui o mais rápido que pude para não deixar ninguém
esperando. Com a pressa que fui cheguei antes de todos, fiquei meio que rindo e
começei a ligar para cada um para ver se pelo menos estavam a caminho e se eu
não levaria um bolo.
No decorrer das ligações uma garota apareceu próximo a mim, parando uns três
metros de distância e reparei que ela também estava esperando alguém. Meio
estranho não conseguir descrever mais do que isso, mas me lembro perfeitamente
de como estava vestida e linda. Enquanto ligava deva umas olhadas para ela e
reparava que ela fazia o mesmo, mas desviava o olhar meio que disfarçando,
fiquei pensativo tentando entender o que realmente tava acontencendo.
Depois de uns minutos de espera, o grupo pareceu chegar todo juntos, fazendo a
bagunça de sempre e chamando atenção de todos que passavam perto. Quando fui
comprimenta-los eles chamaram por um nome: Juliana, não entendi quem era até
ver a menina pela qual troquei olhares estar indo até eles e abraçar algumas
pessoas. Fiquei pasmo, feliz e também timido de o que realmente faria, me
aproximei devagar comprimentando um por um até chega a menina pela qual antes
estava olhando.
Passaram alguns minutos, todos conversando enquanto eu ficava respondendo
algumas coisas que me perguntavam mas não tirava minha atenção apenas de uma
menina. Sem medo tentei me aproximar de alguma maneira nela e vi que ela estava
iqual a mim, falando pouco e apenas observando foi quando tive uma grande
idéia. Começei a andar mais próximo a ela e tentar puxar qualquer tipo de
assunto, não me importando de me achar chato ou um completo zé ninguém. O que
mais me chamou atenção foi que ela me respondia a tudo e estava falando mais
comigo do que com todos.
Após andar sem razão mais conversando muito com ela, o grupo finalmente falou
sobre a sessão de cinema e o que iriamos assistir. Logo falei que não me
importava, queria é mesmo me destrair. Ela olhou para mim e disse a mesma
coisa, eu fiquei surpreso e extremamente sem graça. Desviei o olhar e continuei
a falar com ela e todos os demais. Escolhemos o filme, fomos para fila,
entramos e chegou o momento decisivo... aonde se sentar?
Cada um foi se ageitando como dava e resolvi sentar na fila de trás do grupo e
ao sentar fecho meus olhos como sempre fiz... mas uma coisa que não esperava me
assustou, senti uma mão segurar na minha e uma voz a falar: Posso sentar com
ti? – Assustado sem saber quem era, abri meus olhos rápidamente e vi que se
tratava da Juliana, não sabia o que fazer e disse que poderia. Ela se sentou ao
meu lado mas não largou minha mão.
O cinema começou a escurecer, as curtinas se moverem e os traillers a passar, e
cada filme que se passava ela falava que gostaria de assistir ou comentava
algo. Ouvindo isso pensei que fosse mentira, parece ser um sonho e não consegui
me controlar e a puxei e beijei, mas ainda para minha supresa ela retribuiu.
Isso foi inicio de tudo entre nós, mas pq contar esta parte da historia? Ainda
não sei, mas achei que precisa-se... Não sou bom em dizer ou falar coisas com
sentido e ordem de tempo, mas achei que se contar o inicio seria o diferencial.
Voltarei para o presente. Semana passada feri a pessoa que mais amo, brigamos
pois acabei falando coisas que não queria, mas o momento de raiva estava
extremo e falei tudo de errado, tanto entre nós como entre nossas familias e
que não aguentava mais aquela situação. A ultima coisa de que me lembro daquele
dia foi o tapa que ela me deu e ela indo embora andondo...
Eu não queria nada daquilo tivesse acontecido, sei que existem coisas que
encomodam, mas ela não merecia isso depois de tudo pelo que passamos nesses
dois anos. Me senti um lixo, não estava falando com meus amigos e eles sempre
procurando alguma maneira de falar comigo pq sabiam o quanto amava ela e sabiam
que ela era minha vida, sabiam do que era capaz.
Após 2 dias de isolamento fui falar com todos e tentar descobrir o que havia
acontecido com ela, mas ninguém sabia... Meu coração apertava cada vez mais
quando todos diziam não saber mais nada sobre ela, foi quando resolvi sair do
meu isolamento e ir até a casa dela.
Encontrei a mãe dela sentava na entrada da casa conversando com as
amigas, respirei fundo e fui até ela, sem mesmo ser cordial eu já cai de
joelhos perdindo perdão pelas coisas que fiz e que não fiz por mal, sei que a
vida não é fácil e raramente conseguimos algo que seja o que realmente
desejamos. Ela colocou a mão em meu ombro e disse: “Você está perdoado, sei como
são as coisas, eu também sinto encomodo vindo de ti. Quem você precisa pedir
perdão não é a mim, você sabe quem é e ela não está aqui” – Quando ouvi isso
meus olhos se encheram de lágrimas começei a pensar milhares de coisas
diferentes. Me levantei e fui embora andando, quando gritam meu nome, era a mão
dela dizendo: “Se realmente está disposto a resolver as cosias, ela foi com o pai
e irmãs para o parque, só ir lá” – Um sorriso em mim abre e corro o mais rápido
ao parque no qual estava, pois era o local que sempre iamos quando apenas
queriamos ficar quietos, conversando baixo e sozinhos.
Corri uns quatro quarteirões até o parque, chegando lá vi que estava
acotnecendo algo e havia várias pessoas, tinha de ter em modo de acha-la rápido
e sem problema nenhum... Parei, fiquei pensando em todas as maneiras possíveis
de como acha-la, desde gritar ou sair correndo entre a multidão e ter sorte de
esbarrar nela. Devo ter perdido uns dez minutos em minha indecisão e duvidas se
deveria fazer ou não, já tava pensando que ela deveria ter ido embora e eu não
teria coragem de voltar para casa dela naquele dia. Mas quando estava me dando
por vencido, lembrei de um local dentro do parque que ela sempre ficava desde
de criança, ela já havia me levado algumas vezes lá, então corri desesperado para
o local, mas não a achei... pensei que já era tarde demais, quando ouvi ela
rindo. Vou devagar até onde vem o som de suas risadas e vejo ela com a familia
brincando. De inicio não tomei coragem de ir até lá, fiquei observando por uns
minutos, vendo a felicidade em seu rosto achando que eu não era mais importante
e ela já havia superado.
Enquanto a observava o pai dela aparece ao meu lado perguntando: “Quando tu vai
parar de ficar ai apenas olhando para minha filha?” – Assustado pensando que
nenhum deles havia me visto, olho para baixo e falo baixo: “Tenho medo, não sei
se realmente devo depois de tudo que fiz a ela e a vocês”. – Ele coloca a mão
em meu ombro – “Acha que não já fiz isso com minha esposa? Acha que só você
errou? Então pare de chorar, mexa está sua bunda gorda e seja homem!” – Ele me
dá um empurrando para frente me dando força. Caminho até ela, mas quando ela me
vê logo os olhos enchem de lágrimas e me abraça com força dizendo que me ama e
não quer me perder...
Fiquei sem ação, tudo que pensei estava errado, ela ainda me quer e ainda
estamos juntos. Eu chorei demais, abraçei e perto de seus ouvidos começei a
fala: “Tu me conhece mais que qualquer amigo, tu sabe quem sou e o quanto as
vezes sou explosivo ou agressivo, mesmo assim eu te feri e a sua familia... não
há coisas que possam tirar este peso que coloquei em ti...” – Ela coloca as
mãos em meu rosto fazendo olhar para o dela e fala baixo: “Você é cheio de
defeitos, tem problemas com se expressar e realmente saber o momento certo de falar,
mas o que realmente me prende a ti com erros bobos é o que tá dentro de ti.
Todos os momentos que esteve comigo, mesmo quando eu mesma fui maligna com ti e todos os momentos bons
que me deu, mesmo eles sendo repetitivos”
Hoje, escrevo esta pequena história em comemoração aos nossos 5 anos de casados
e 10 de namorados. Pois foi nesse momento que descobri que não importamos
realmente se fizemos algo errado ou não, o importante é: se erramos temos de
ter a coragem de assumir, perdoar a nós mesmos e ainda correr atrás do que
realmente nos fazem felizes...
Nunca desista das coisas, pois nunca é tarde... sempre temos de correr atrás
mesmo que nos machuque e precisemos nos humilhar, mas quando olhar para trás
verá que fizemos tudo e que a luta sempre nos trouxe a lugares que nunca
imaninamos antes.
Então vos digo, não deixe as coisas boas irem embora de maneira alguma, pois se
deixar talvez toda a felicidade que achou que teria estava no que tu deixou ir.